terça-feira, 4 de setembro de 2018

O agro é mesmo pop???

https://www.redebrasilatual.com.br/ambiente/2018/09/agronegocio-setor-nada-pop-insensivel-aos-apelos-contra-o-agrotoxico

50 EMPRESAS VENDEM METADE DOS ALIMENTOS DO MUNDO – E ELAS ESTÃO CADA VEZ MAIORES

https://theintercept.com/2018/09/03/50-empresas-metade-alimentos-mundo/

LUTO MUSEU NACIONAL DO RIO DE JANEIRO

É lamentável o que ocorreu dia 02/09/2018 no Museu Nacional do Rio de Janeiro. 
O fogo consumiu 200 anos de história, ciência, arte, conhecimentos que não serão recuperados. Um país que não preserva seu passado, sua história pode esperar o que do futuro?

Conforme a postagem de Gregório Duvivier 'queimar era uma delícia'. " Que distopia perfeita o Brasil. O próprio nome já remete à brasa. A gente queima coisa demais para ser por acaso. Queima museu queima teatro queima floresta queima índio queima morador de rua. Incêndio por aqui é um plano de governo, uma ideologia, um legado, uma promessa de campanha, um projeto de país. Foram 518 anos de queima de arquivo. Isso aqui ainda vai virar um pasto. Só gado e soja e segurança armado e uns drone tacando veneno". 

É muito triste ler essa análise do apresentador Duvivier, porém é a triste história da realidade brasileira. O incêndio no Museu Nacional me parece algo bastante simbólico nesse contexto turbulento, a qual estamos vivendo. O fogo simboliza os cortes sistemáticos e o sucateamento a qual passa a educação, a cultura, a ciência no país. Sem falar na água que faltou... Tragédia há tempos anunciada. Tempos de escassez que se vislumbram para o futuro... escassez de memória, educação, cultura, história, pesquisa, hídrica e entre tantas outras...
O fogo que consome simboliza um projeto de país, PEC 95, simboliza o descaso com a história do nosso país, nosso passado, parece-me que quase ninguém quer lembrar de onde viemos, quem estava, quem chegou? 

Perdeu-se tudo, não é apenas 200 anos de história, mas milhões de anos... perdeu-se Luzia! E mais quantas Luzias?
A maior biblioteca de antropologia da América Latina, a qual pretendia consultar para minha pesquisa de doutorado, foi reduzida a cinzas... Colocamos fim a nossa história. 
Perdeu-se: "[...] E ainda mais ínfimo considerando-se as múmias andinas, a sala com mobiliário do Império, as muitas bases de dados, os registros de idiomas de povos que não mais existem - 'tudo destruído' [...]". 
O incêndio no Museu, é o fim da nossa história que anda de mãos dadas com um projeto de destruição do país. Situação que nos remonta a lembrar os primórdios de nossa história, quando o colonizador ocupava um país, queimavam tudo, botavam tudo abaixo, como uma maneira de apagar a memória dos povos conquistados e instalar um marco fundador de um novo período, de um novo governante. Vemos isso na história do Brasil, vi isso no Peru, Bolívia... enfim, não conheço toda a América Latina e África, mas penso que se aplicou dessa prática em toda extensão do  "Sul global". 
O fogo que queimou o Museu Nacional não foi intencional, em seu sentido literal. Não precisou. Deixou-se que ele fosse consumido pouco a pouco, como resultado do corte de orçamentos de um "conquistador ilegítimo" que impõe, por fim, seu marco fundador de tempos terríveis. 

Enfim, me resta esperar e torcer que das próximas eleições o tal do "gigante" realmente acorde e perceba tudo que está acontecendo nesse país. Parte desta nota pública da Comissão de Cultura da Câmara Municipal do Rio de Janeiro explica brevemente alguns dos nossos recentes acontecimentos... vale a pena a leitura!


NOTA PÚBLICA

A Comissão de Cultura da Câmara Municipal do Rio de Janeiro lamenta profundamente a  tragédia que ontem, 02/09, consumiu todo o rico e milenar acervo do Museu Nacional da UFRJ, na Quinta da Boa Vista. Em tudo, este foi um incêndio criminoso, por ser uma consequência do descaso do governo Temer com a Educação, a Cultura, a Memória, a Ciência, a Pesquisa, a História  e o Patrimônio do povo brasileiro. Não foi um acidente, uma fatalidade, porque foi causado por um projeto que, desde o golpe, vem destruindo o Brasil.

Assim, responsabilizamos diretamente o governo Temer e os apoiadores da Emenda Constitucional 95, que congelou por 20 anos os investimentos da União; responsabilizamos ainda o governo federal pelo maior corte histórico de verbas destinadas ao Museu, reduzidas em 85%, neste ano de 2018; responsabilizamos também o governo do estado do Rio de Janeiro, pela inacreditável demora de mais de quatro horas para regularizar o fornecimento de água na área onde fica o prédio, prejudicando gravemente o combate ao incêndio.

A destruição do acervo do Museu Nacional é uma perda imensurável para a cidade e o estado do Rio de Janeiro, para o Brasil e para toda a humanidade. Exigimos que as investigações sejam feitas de maneira autônoma, sem interferências dos Ministérios da Educação e da Cultura, aos quais não reconhecemos legitimidade.

Manifestamos a nossa solidariedade aos profissionais da UFRJ e, especialmente aos do Museu Nacional, cujas histórias pessoais e profissionais também foram vítimas  das chamas.

Rio de Janeiro, 3 de setembro de 2018

Reimont - presidente da Comissão de Cultura

Tarcísio Motta - vice-presidente

Para saber mais e lembrar deste terrível dia que marca a semana da nossa pátria, ler: 
https://brasil.elpais.com/brasil/2018/09/03/politica/1535932675_816618.html?id_externo_rsoc=FB_BR_CM

https://projetocolabora.com.br/cultura/quantas-luzias-serao-perdidas-indaga-pesquisadora/

https://www.bbc.com/portuguese/brasil-45398164?utm_source=Colabora&utm_campaign=9f38032cdd-EMAIL_CAMPAIGN_2018_09_03_09_46&utm_medium=email&utm_term=0_7b4d6ea50c-9f38032cdd-413647237

Seu telefone nasceu sobre uma montanha de resíduos tóxicos


https://brasil.elpais.com/brasil/2018/09/03/ciencia/1535960219_093083.html?utm_source=Colabora&utm_campaign=9f38032cdd-EMAIL_CAMPAIGN_2018_09_03_09_46&utm_medium=email&utm_term=0_7b4d6ea50c-9f38032cdd-413647237